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Biblioteca de Pragas - Carrapatos

Os carrapatos representam cerca de 870 espécies dentro da Ordem Acari que é a mais abundante dentre os Arachnida, com 50.000 espécies conhecidas até o presente. São os gigantes (> 10 mm) do grupo e compreendem três famílias reunidas na Subordem Ixodida. São ectoparasitos importantes para a saúde pública e animal, porque podem causar injúrias diretas e indiretas a seus hospedeiros, além da transmissão de agentes patogênicos. As famílias Ixodidae e Argasidae distribuem-se em todos os continentes e compreendem, respectivamente, os carrapatos popularmente conhecidos como carrapatos duros, com aproximadamente 680 espécies descritas e os carrapatos moles, com 183 espécies.

Todas as espécies necessitam obrigatoriamente do sangue de vertebrados e possuem significativo grau de especificidade podendo utilizar hospedeiros alternativos, incluindo o homem. A especificidade no parasitismo é influenciada por uma série de fatores, tais como:

- o comportamento do carrapato durante a busca pelo hospedeiro (por exemplo, a altura da vegetação em que os carrapatos ficam à espera de um hospedeiro);

- a resposta a fatores estimulantes específicos de um determinado hospedeiro, como odor e concentração de CO2 resultante da respiração;

- propriedades da saliva do carrapato, que neutralizam as reações de homeostasia (equilíbrio do organismo) do hospedeiro;

- eficiência dos mecanismos de defesa contra as infestações por carrapatos, tais como: barreiras físicas no corpo, comportamento de auto-limpeza, e reações imunológicas;

- além de temperatura, fotoperíodo e umidade, que também influenciam as fases do ciclo biológico.

Os argasídeos habitam ambientes restritos durante sua vida. Seu habitat, a saber, pocilgas, galinheiros, pombais ou cabanas rústicas, estão intimamente associados ao do homem e dos animais domésticos. Ocorrem também em locais remotos, longe das habitações humanas, tais como solo solto, cascas de árvores, tocas de animais, cavernas e ninhos de aves silvestres e marinhas. Aqueles que habitam ninhos vivem em micro-habitats relativamente estáveis, alimentando-se e reproduzindo-se continuamente durante o ano. Em argasídeos e ixodídeos que habitam ninhos, o desenvolvimento pode ser adaptado sazonalmente, podendo uma geração levar um ano ou mais, em climas temperados.

Os carrapatos hoje constituem o segundo maior grupo em importância como vetores de doenças infecciosas por utilizarem mais de um hospedeiro e possuírem ampla distribuição geográfica. No caso do gênero Amblyomma e Ixodes as larvas podem ser encontradas sobre qualquer animal. O maior potencial e risco para a transmissão de patógenos para seres humanos são em regiões de florestas, cerrados nativos, descampados e pastagens. Os fatores que favorecem a transmissão desses patógenos são a quantidade de parasitas sobre o hospedeiro, menor grau de especificidade dos carrapatos e longos períodos de jejum.

Para se prevenir dessas patologias, faz-se necessária a utilização de métodos de controle do carrapato. Uma das medidas mais adotadas, principalmente no setor da pecuária, são os tratamentos químicos que dependem de fatores como freqüência, época de tratamentos, escolha e uso correto dos carrapaticidas. O período mais adequado para a aplicação dos carrapaticidas é durante os meses mais quentes ou mais secos do ano, no qual os carrapatos morrem mais rápido nas pastagens, em função das altas temperaturas ou baixa umidade.

Com a redução natural no número de carrapatos, é possível eliminar o maior numero de uma geração de carrapato, produzindo assim poucos carrapatos na geração futura.

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